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Quem você decide ser em meio ao surto coletivo?

O que era temido aconteceu. Não temos liderança, as esperanças estão se esgotando, a paciência se foi, o desespero chegou. Não sabemos para onde estamos caminhando e tudo o que aprendemos está sendo confrontado. Olhamos o horizonte e nada de novo acontece sob o sol.

E eu lembro que eu costumava acreditar que as coisas tendem a melhorar depois da tempestade e que “apesar de você, amanhã há de ser outro dia…”, já cantava o Chico. Entretanto vem à mente o rosto afável do Cortella e sua perguntinha escabrosa: “será?”.

Eu lembro que eu ria de tudo e até conversava com estranhos no ônibus a caminho dos meus sonhos. Tudo fazia sentido e nem de longe eu achava que um dia ficaria longe dos cenários urbanos que figuravam na minha jornada.

Eu era leve, trazia aquela bondade típica dos ignorantes que não fazem ideia do que reside nas mais maléficas intenções humanas.

Já eram idos os tempos de opressão, de dor e de medo. Era momento de ser alguém (nos idos anos 2000 do fim da minha adolescência), eu estava me constituindo o ser social que era chamada pelo nome, estava me tornando a protagonista da minha história.

Eu me sentava à roda e as pessoas ouviam o que eu tinha a dizer, eu era outra pessoa. Eu dormia rapidamente após um dia intenso, eu corria a cidade e ela já parecia pequena para o que eu queria fazer. E veja só aonde chegamos!

Adoecemos por sermos privados daquilo que já não mais valorizávamos. A roda de conversa sem interfaces digitais, a rede social que funciona bem offline, o olho no olho e o encontro que não fica registrado em fotografia.

E, afinal de contas, o que mais você temia neste hiato do tempo chamado pandemia?

Não há dor maior do que sermos confrontados com a nossa verdadeira face.
A dinâmica do cotidiano urbano imposta pelas regras do mundo do trabalho que já vive no futuro nos fez voltar a um estado de consciência profundamente brusco.

Ninguém pode se enfrentar da noite para o dia. Por isso chamamos processo, porque precisamos das etapas. Ninguém entorpecido pelo tempo e usando as máscaras que lhes convém no palco social pode se reconhecer após o efeito sedativo de sua busca infinda pela fuga da realidade.

Este caminho de volta para si é um trabalho que demanda dedicação, coragem, decisão e resistência. Resistir até o fim em não fugir novamente de quem você nasceu para ser. Por isso é caótico quando acontece radicalmente com efeitos colaterais no coletivo.

Somos únicos em nossa formação. E cada trajetória é individual, impactada pelo correr do tempo e as alterações no espaço.

Neste surto coletivo e de enfrentamento da nossa verdade, eu decidi ser aquela que estende a mão e mostra o caminho menos tortuoso para que você se reconheça em meio ao caos que nosso ecossistema se tornou.
Porque você pode se preservar e fazer o caminho de volta para si, mas vai precisar de ajuda.

Eu decidi ser aquela que vai te trazer para o lado de dentro. E isso só pode acontecer depois que você disser SIM. Sim para quem você é, Sim para sua verdade, Sim para suas imperfeições e Sim para sua humanidade.

Quem é você em meio ao surto coletivo?

Marcela Brito é founder e sócia da Iventys Educação Corporativa Ltda., Treinadora de Mentores certificada pela Global Mentoring Group, mãe da Elisa, esposa do Victor e alguém que acredita que o talento deve ser despertado

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Marcela Brito - 2009-2021