Como sair da média sem viver a síndrome de celebridade
Existem 3 motivações para a mudança: o medo, a ganância e a raiva. Inspirada pelo texto da minha amiga Cora de Faria Lima (publicado há três dias no LinkedIn), fui tocada por um bichinho insistente e provocativo em pensar como as pessoas reagem a determinados estímulos.
Dos estudos tradicionais do Marketing a pesquisas mais recentes sobre comportamento do consumidor, nada é tão assertivo quanto a capacidade que as pessoas tem de se mobilizarem quando se sentem acuadas, pressionadas ou tentadas a serem a próxima “estrela” que navega errante nas redes sociais.
Nos idos dos anos 2000 a TV Globo lançava a novela “Celebridade” e àquela altura já era claro o desejo que as pessoas tinham de aparecer e garantir seus 15 minutos de fama. As redes sociais e, especialmente, a popularização do Instagram já provam isso. E quem ainda tem Facebook?
A vida de glamour que você pode construir a partir das lentes do seu smartphone top de linha, que opera em android ou iOS não passa da perspectiva da realidade que você deseja transmitir. Por trás de toda lente de última geração existe mesmo uma ardente necessidade em se afirmar?
A transitoriedade dos níveis de autopromoção não para por aí. O que antes era apenas imagem, hoje se traduz ainda na produção de conteúdo e nas descrições da biografia das pessoas. “Você pode ser tudo o que você quiser”. Esta é uma das minhas frases mais representativas. Eu de fato acredito. Só que depois dessa citação, existe um peso que recai sobre as costas e que nem todos estão aptos a assumir: o das consequências de “ser tudo o que quiser”.
Ao se descrever como alguém que desempenha uma determinada função ou que possui uma experiência, deve-se lembrar de que a atratividade dos algoritmos mais sofisticados como os do LinkedIn conduzirão você a alguém interessante, porém esse alguém deverá se dar conta de que você tem a oferecer aquilo que expõe.
O cuidado com a própria imagem tem sido o fator de menor preocupação da maioria das pessoas que vejo pela rede. Como mentora me pergunto se as pessoas realmente acreditam que apenas expressar é o suficiente. Como empreendedora penso que as pessoas não tem a mínima ideia do que significa produzir algo, seja a simples participação em uma evento ou conteúdo. Conteúdo não falta. Todos escrevem (será?) bem ou mal, todavia sua compreensão sobre o processo de evolução até chegar a um determinado ponto se baseia no que pode ser divulgado e nunca nos insumos necessário para construir algo digno de ser compartilhado.
Não basta ter conteúdo, ele precisa ser consumível e precisa ser validado. Postar algo hoje na rede é o ato mais primário que existe. Qualquer rede estimula você a produzir texto (imagético ou verbal). A questão é quão substancial é este texto, quem ele alcança, quem ele transforma, como ele impacta e que resultados ele gera. Vamos refletir?
E sobre aqueles primeiros aspectos tratados no início do texto, que tal mapeá-los em detalhes?
Medo: quando você provoca medo nas pessoas, você as impele a agir. Se você é mulher e chega tarde à sua casa em um bairro periférico da sua cidade, vai entender o que eu digo. Você cria estratégias de proteção. Você é obrigada a pensar em como sair da situação que lhe oferece risco. Você pensa de onde o perigo pode surgir, se acontecer a quem você recorrerá e como você poderia se defender se o risco se concretizar. A sua criatividade é ativada em nível máximo.
Ganância: outro foco de atratividade e de motivação é o desejo puramente humano de ter desesperadamente. O quê? Boa pergunta. Ter é o verbo da geração Instagram. Ter experiência, ter dinheiro, ter exclusividade, ter acesso, ter prestígio, ter seguidores, ter idólatras, ter curtidas, ter audiência, ter números, ter, ter, ter… Observem que o desespero do ter material que paira no imaginário das pessoas nas redes sociais é inversamente proporcional ao ter de caráter educacional, ao ter do conhecimento, ao ter do aprendizado, ao ter da própria evolução humana. Esse poderia traduzir-se na busca de ser alguém… alguém que valha a pena existir nesse mundo. Lembrando: não estamos a passeio. Eu, pelo menos, não.
Raiva: ser agredido física, moral ou emocionalmente causa uma rebelião interna. Você pode usar esse calor de várias formas. As pessoas mais frágeis de caráter e socialmente vulneráveis podem (observem: podem) reagir de igual forma. Agredir, ferir… E quem nunca? Esse é meu ponto de fragilidade e quando ele se manifesta eu calo porque lembro que ainda falta um bom caminhar para alcançar a evolução nesse nível. Não desisto e não escondo. A grande lição que a raiva me ensinou foi que o que as pessoas fazem é reflexo do que elas são. E eu não preciso ser igual. A raiva nos últimos anos antes da minha transição de vida (2010/2011) me tornou incrivelmente resistente. Se por um lado a antifragilidade precisa alcançar níveis no modo como reajo a situações de pressão, por outro ela foi forjada na forma como respondo às afirmações negativas de terceiros sobre mim. Toda vez que alguém pensa, de longe, algo sobre mim ou afirma algo sobre meu caráter, precisa surtar ou aturar (nas palavras do meu sócio) em seguida. Porque os meus resultados não falam, eles gritam.
Cada um tem sua motivação. Meu sistema operacional interno converte todas as citadas acima em resultado financeiro, social ou intelectual.
Que tal pensar qual a sua motivação para crescer e sair da média que você vive?
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Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.
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