Para quem o ano começou?
Amig@ leitor(a),
Pronto, gente! O ano, enfim, começou. Mas para quem? Para muitos a folia não acabou e, para uma minoria, ela é apenas um intervalo breve e passageiro. Se você acha que o ano está começando agora, parabéns! Já se passaram 65 formas de fazer algo diferente e que você deixou passar.
Mas quem sou eu para falar algo sobre a folia dos outros, não é, não? Só estou aqui para lembrar que a “sorte” de muitos se baseou nos dias que antecederam a folia. Em nossa cultura, temos o jeito estranho de emendar o réveillon ao carnaval, fazendo deste período um longo intervalo ocioso e nada criativo na maioria das vezes.
Não há nada de errado com os festejos e as brincadeiras de carnaval. O problema é o sentido que isso tem em nossa vida. Tem muita gente de excelência que desliga total nesse período, descansa, oxigena, brinca, dança, pula e entende que precisa voltar à realidade depois. A realidade mesmo, aquele espaço afetivo onde as coisas acontecem e mexem com a vida).
Quando as pessoas precisam se alimentar apenas desses momentos, encontramos um problema existencial. Toda sede desesperadora por algo significa que nos abastecemos pouco de maneira regular. Ou seja, experimente ficar um dia inteiro no calor ou em tempo seco sem beber água. Você não sente uma sede enlouquecedora ao final do dia? E tenta beber toda a água que puder em apenas uma golada para matar sua sede?
É isso que acontece conosco quando não nos realizamos nas coisas simples do dia a dia. Em nosso trabalho, com noss@s companheir@s de vida, nas brincadeiras dos filhos e só sentimos prazer nas coisas grandes, nas coisas extremas (feriados, viagens caras, restaurantes caros, bens materiais caros). Se isso preenchesse o vazio, não teríamos tantas pessoas milionárias se matando, adoecendo dia após dia no vazio de sua existência.
O ano começou há muito tempo para quem entendeu que o sentido está no acordar diário de mais um dia de vida e de saúde ou no abraço apertado daqueles que tanto amamos. Ou na mãozinha pequenina do amado filho acariciando o rosto.
Mas o ano vai começar agora para quem esperava algo grande acontecer no carnaval e quando descobrir que não aconteceu, vai continuar buscando em outros feriados, nas próximas férias, na próxima sexta-feira ou naquela fuga que no final das contas, é sempre de si mesmo.
Para quem o ano, de fato, começou?
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Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.
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