O aprendizado na impotência
Amigos leitores,
Na última semana fui acometida por um mal, não sei bem do que. Um misto de exaustão, estresse, fadiga, má alimentação e foco em pensamentos não tão saudáveis. Os últimos meses me reservaram muitas emoções, expectativas e um ritmo muito acelerado. Eu já reduzi bastante, mas o corpo chegara ao limite e não pôde mais lutar. Adoeci. Resolvi me entregar até a plena recuperação.
Muitas coisas aconteceram desde terça-feira, 29 de maio, que me fizeram pensar no que tenho que fazer, no que preciso necessariamente pensar, com o que tenho mesmo que me preocupar. Na impotência, a gente ganha tempo, ganha o dia, vê o sol, respira direito, tem condição de retomar o equilíbrio.
Desde criança eu tenho uma relação interessante com o processo de adoecimento do meu corpo que, coincidentemente ou não, sempre acontece uma vez por ano (nos anos bons) e sempre próximo de meu aniversário. Este ano não foi diferente. Muita intensidade de ações, planos e coisas acontecendo juntas, me deixando em frenesi e extremamente cheia de energia. Na terça acordei afônica, sem voz, sem som, meu corpo silenciara. Marcela sem fala. É muito louco!
Aceitei. Eu entendi imediatamente o que estava acontecendo. Calou-se a voz, gritava a alma, gritavam os pensamentos, cada vez mais límpidos e audíveis. Nenhum sintoma de gripe ou algo parecido. Apenas sem voz. O corpo começava a avisar que entraria em estágio de descanso, de inércia, de recuperação. Respeitei. Afastei-me das minhas atividades e apenas fiquei sem fazer nada. Acordar e dormir no ritmo do meu corpo, dos dias.
E é maravilhoso como isso é natural, como a nossa natureza compreende esse tempo sem pressa, sem desespero, com comidinha de casa, com sol na pele pela manhã, com o respirar mais profundo. E o aprendizado trazido nesses momentos é o mais gostoso: entender que muitas vezes o segredo é pisar no freio mesmo. Durante os últimos dias, eu calei tanto que consegui voltar a ouvir minhas vozes mais íntimas, foi quando senti Deus conduzir meus dedos novamente para os meus textos, para as minhas boas ideias, para os planos de compartilhar tudo o que está guardado.
O aprendizado na impotência é exatamente revelar que a nossa força está no calar, está no deixar ser quem somos, está na simplicidade. Poder fazer nada pode ser a melhor coisa que temos a fazer. Eu estava em crise de criatividade, de inspiração e, ao adoecer o corpo, a mente foi revigorada, foi resgatada, ela se equilibrou. Que irônico, não?
Ouçam suas almas, respeitem os seus limites. Quanto mais cedo entende-se isso, melhor. Eu, nos quase trinta e um, consigo compreender o que acontece, como e porquê. Espero que vocês também. Um grande abraço carinhoso de quem está retomando o fôlego do corpo físico após o equilíbrio do corpo templo.
Um super beijo!
156/365
Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.
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Uma excelente recuperação, querida.
Sim, o corpo é sábio e acredite, geralmente ele tem razão.
Um super abraço,
Keysa