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Quem é sua referência?

Amigos leitores,

Eu tenho observado as pessoas, mais do que de costume, certamente porque estou em fase de irmersão em laboratório para concluir meu segundo livro, que vai tratar sobre relacionamento. Nessa linha, lembro de algumas referências literárias da adolescência. Tenho buscado entender o presente das pessoas mais próximas com base no que elas mesmas já comentaram sobre seus passados. Todos nós temos passado. Nem sempre foi bom, nem sempre foi ruim, mas ele impactou a vida de de todos nós, isto é certo.

Dos mais introspectivos aos mais expansivos, dos mais constantes aos mais temperamentais, todos temos um histórico que nos machuca ou nos conduziu ao ponto atual. E eu tenho um real interesse por pessoas vaidosas (não a vaidade de cuidado consigo mesmo, mas a vaidade da autoafirmação, da necessidade de exposição e demonstração de poder e riqueza). Fazendo um paralelo com uma das leituras de bolso que me acompanharam na adolescência, assim que eu me mudei para Belém, me veio à mente o clássico da literatura inglesa, ‘O retrato de Dorian Gray’, de autoria do filósofo Oscar Wilde. Talvez a autora da trilogia ’50 tons’ tenha se inspirado levemente no personagem e esta certamente é uma grande curiosidade minha.

Enfim, em suma a história de Dorian Gray conta a história de um jovem de beleza singular e que, entregue aos prazeres carnais, desejou ardentemente que uma bela e fidedigna pintura de seu rosto envelhecesse em seu lugar e assim aconteceu. Ele poderia gozar de toda a liberdade e prazeres de sua eterna juventude e jamais envelheceria. Dessa forma, ele levou uma moça apaixonada por ele e frustrada por não ser correspondida ao suicídio.

Não vou dar spoiler aos que ainda não leram, mas embora a história de passe no século XIX, a trama é totalmente atual e fala dos perigos de nossa vaidade, do culto ao poder, à beleza e aos bens materiais. E impossível não fazer um paralelo comparativo com a história de Narciso, o belo filho de um deus grego com uma ninfa. Ele era tão orgulhoso e vaidoso que todos os dias admirava a imagem de si mesmo nas águas do rio, até que um dia, de tanto admirar-se ele se desequilibrou, caiu na água e morreu afogado.

Portanto, o fato de sermos quem somos diz muito sobre nossa primeira formação. Dia desses, em conversa com uma amiga, eu dizia que nunca tive idolatria por nenhum artista nem por ninguém, mas pela minha própria realidade, aprendi a admirar minha mãe e respeitar sua história, suas dificuldades, limitações. Tê-la como grande referência me permite me curar de muitos males naturais a npos, humanos, e evitar que eu manifeste comportamentos que não condizem com aquilo que entendo como propósito na minha vida.

Saber quem você é e aceitar sua história, de onde você veio, é a chave para que você consiga estabelecer uma relação saudável consigo mesmo e fazer real diferença no mundo. Nossa imagem reflete o que temos por dentro. E isso pode ser a cura ou a maior doença que vamos carregar ao longo da vida.

Ah, e indico super o livro do Oscar Wilde citado aí em cima. Um super beijo!

82/365

Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.

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