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Amigos leitores,

No texto de hoje gostaria de bater um papo com vocês sobre algo que perturba meu juízo nos últimos meses. O mercado de hoje é capaz de nos deixar tão inspirados quanto perdidos e confusos. E isso me remete a uma analogia que eu costumava fazer na época da faculdade. Eu brincava comigo mesma e dizia que eu era igual a flor de lótus, raízes que nascem no lodo e na lama e emergem nas mais belas águas.

Quem se identifica com esse “lírio das águas”? Eu me identifico e fico pensando nos nichos que temos hoje no mercado. Atualmente tudo o que surge é tão fruto de formulações, modelos prontos para tudo. Fica difícil tentar apresentar um trabalho, ser original ou, até, você mesmo neste universo. Mas logo depois me vem à mente: manter a constãncia e a regularidade, começar e terminar.

Não existe muito o que fazer quando há forças direcionando para um lado ou outro. Daqui a dois meses alguém lança algo novo para você comunicar com seu público e as 7 dicas infalíveis para o sucesso. Nesse ritmo, as pessoas ficam loucas para tentar absorver tudo isso de informação e acontece que isso gera uma dificuldade básica na crítica dos produtos que são lançados, na história de vida das pessoas que estão por trás disso.

E nessa loucura, tem os loucos que falam que o sucesso pertence aos que não dormem, não tem filhos, não amam e, em suma, não tem vida. E daí você abre seu instagram e vê gente com título de coach, mentor, instrutor, professor, CEO, founder e sei lá o que convencendo outros ainda mais loucos a entrarem nessa. E se você, como eu, é mãe ou pai, trabalha, arruma casa, lava roupa, faz comida, e tem sonhos de carreira e de vida, vê isso e olha para a própria vida, calma!!! Não dê ouvidos, não dê likes, não compartilhe e NÃO SIGA esse povo! É mais saudável, é mais seguro!

Um dia você acorda com a mãozinha mais suave do mundo acariciando o seu rosto, abraçando você e dizendo que “hoje é um dia perfeito!” e se dá conta de que, sim, você não faz parte dessa nova geração do sucesso de palco, dos novos famosos, do hit do momento, mas tem algo mais profundo, mais importante e se seguir nessa linha tem grandes chances de ser a pessoa mais influente. Mas não da lista da Forbes e, sim, da vida de quem realmente importa.

Dia desses, assistindo a um dos vídeos no canal da Endeavor no YouTube, um empresário falando sobre sua trajetória se emocionou ao falar do quanto priorizou errado em seu passado, sacrificando seu casamento, parte da vida de seus filhos e perdendo parte da própria vida por causa dessa loucura chamada sucesso onde todos nós nos perdemos quando não temos os pés firmados no lodo.

É fácil esquecer de quem a gente é quando a gente decide ser apenas a pessoa refinada, rica, que venceu na vida e que tem boas maneiras, bom gosto. E não existe pior clichê do que esse, tão previsível. E é por isso que acho que vemos cada vez menos flores de lótus no mercado. De uma hora para outra deixamos de saber onde estão firmadas as raízes dos bem-sucedidos. A vida é feita de histórias e cada uma tem a sua e elas nunca, nunca são iguais. Portanto, quando as histórias se assemelham demais, você pode ter certeza de que algo está fora do lugar. De tudo, pense, critique, investigue, duvide. E, sobretudo, seja você e carregue suas raízes por onde for. Elas identificam você e o destacam em qualquer ambiente, em qualquer oceano, independente de sua cor.

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Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.

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