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A hora de pedir demissão

Amigos leitores,

Muito se fala em recolocação, em busca de oportunidades no mercado de trabalho e orientação profissional oara conseguir a tão sinhada vaga no mercado. Porém, existe algo que falamos muito pouco e que é tão ou mais importante do que a primeira situação: quando sabemos a hora de pedir demissão ou de não aceitar um emprego? Essa segunda questão é bem mais complexa do que se pode imaginar.

Nossa preparação está baseada em moldar nossa postura profissional, adquirir conhecimentos e desenvolver habilidades para sermos aceitos nas organizações. Todavia, somos aceitos pelas habilidades e conhecimento e, de fato, temos sido respeitados? É normal sermos tratados com desdém, grosseria, pressão e outras intervenções “naturais” ao meio ambiente corporativo?

Se decidimos estudar um pouco mais, somos bloqueados, se desejamos formar uma família, representamos uma ameaça à empresa ou se desejamos responder a determinadas questões, também somos desprestigiados. Enfim, existem vários tipos de organização, todas tem foco no resultado, no lucro, no balanço social positivo, na inovação, nas tendências na nanotecnologia, entretanto, a essência tem se mostrado cada vez mais cruel com as pessoas. É triste, lamentável o quanto as pessoas tem adoecido nas empresas. Leiam o trecho abaixo, retirado de uma matéria da Revista Época Negócios:

“[…] estudo da consultoria BambooHR constata que 44% dos pesquisados alegam ter pedido demissão por causa do “chefe tóxico”, que lhes tirou a motivação de trabalho por uma série de razões. A maior causa (mencionada por 20% dos entrevistados) é o chefe roubar o crédito pelo trabalho feito pelo subordinado, sem reconhecer seu valor (e 63% condenam esse tipo de “estelionato profissional”).”

Ou seja, as pessoas estão se demitindo do chefe e não da empresa. Eu ouço pessoas falarem: “Marcela, a empresa é excelente, oferece benefícios, paga um salário justo, mas eu tenho um chefe ruim, que me persegue, que me assedia, que me difama…”. Pessoal, isso é o que eu ouço quase todos os dias, por meio de e-mails, conversas e desabafos. Vocês acham que isto está certo? E vocês acham mesmo que isso é natural? E acham, inclusive, que devemos aceitar uma condição dessa baseados na remuneração?

Tem algo muito errado neste mundo e são as pessoas, muitas das que comandam instituições. A loucura que busca o resultado a todos custo e na forma mais maquiavélica possível não se importa com os meios, mas sim com o fim, é a mesma que está levando pessoas à morte por depressão, transtorno de ansiedade e suicídio. Sim, em Brasília no ano passado, que eu soube foram dois casos graves de pessoas que se mataram e uma das causas mais comentadas eram relacionadas a problemas de relacionamento no ambiente de trabalho.

Portanto, antes de se candidatar a uma vaga de emprego, pesquise sobre a empresa, sobre os valores que pratica, aborde e converse alguns de seus empregados, avalie se valerá a pena. Se sua prioridade for financeira e você não pode se dar ao luxo de ficar sem trabalhar, organize-se e coloque-se limites e prazos. Tudo tem limite, inclusive sua cota de saúde física e mental.

Se você já está preso a uma situação similar à que foi citada neste texto, se pleneje para sair da empresa antes que seja tarde e você não tenha mais condições de seguir em frente. Infelizmente, muitas pessoas que adoecem outras no ambiente de trabalho sequer tem consciência da gravidade de seus atos, talvez por estarem também doentes. O importante é buscar apoio na família, buscar convívio em outros ambientes profissionais e denunciar a situação. E ao denunciar, se libertar da culpa de ser demitido por isso.

Em determinadas situações a pior e a melhor coisa que podem ocorrer a você é ser demitido ou pedir a sua demissão. Mas o ideal, ainda que deseje sair e tenha muitos anos de serviço, é tentar um acordo pacífico. Considere esta posição sobre recolocação no mercado de trabalho.

Abraços!

Fonte: https://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2017/12/lideranca-toxica-e-o-principal-motivo-de-pedidos-de-demissao.html acesso em 24.fev.2018.

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Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.

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Comentários (2)

  1. Marcela, coincidentemente a conversa paralela de ontem, com a Sandra Tarallo, abordou o tema “assédio moral”.
    A Sandra relatou os reflexos que isso teve na saúde física e emocional dela e o quanto foi importante ter contado com ajuda especializada à época.
    Hoje, ela é referência em Secretariado Remoto e deu a volta por cima.
    Se organizou para sair daquele ambiante que minava as suas forças e subtraía a sua energia.
    Texto providencial!
    Gratidão!

  2. Amiga obrigada por compartilhar esse texto tão providencial. Já passei por isso duas vezes, e na primeira, adoeci mesmo. Na segunda, ao sinal amarelo da Saúde, não pensei duas vezes. Pedi demissão. É um alívio. Libertador.

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Marcela Brito - 2009-2021