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O difícil ato de se posicionar

Amigos leitores,

Para comunicar é necessário inteligência, conhecimento sobre o que se fala e o público para o qual se fala. E concordo que é necessária uma boa dose de serenidade, jeitinho e doçura para falar, mas quando alguns temas de relevância se destacam, também é importante que haja firmeza.

E falta posicionamento muitas vezes para que possamos definir nossa identificação. Você pode concordar ou não comigo, mas por favor, não seja indiferente. Eu desconfio profundamente de dois tipos de pessoas: as que mudam de lado conforme a conveniência e as que simplesmente não se manifestam ou não se posicionam. Eu falo isso neste texto com a cabeça muito fria, porque já fui penalizada por sempre me posicionar. Arrependimentos? Nenhum.

Tomar a decisão de ser fiel aos seus próprios valores, dependendo da situação, pode ser o maior tiro no pé, contudo tem um outro lado na moeda que precisa ser exposto. Se as pessoas que se sentem contrariadas não são leais e profissionais, então, não estar ao lado delas pode ser a melhor coisa a ser feita. E não sejamos ingênuos: sempre há um lado com o qual você se identifica.

No meio corporativo e no cenário de empregabilidade que o país retrata fica difícil ser fiel aos próprios valores e decidir fazer o certo. Às vezes a gente precisa apenas se omitir, se calar. Há situações controversas onde nosso lugar de fala não facilita atitudes corretas, as normativas. Sempre há hierarquias acima, mais fortes, mais incisivas, dispostas a usarem de seu poder para fazer a diferença.

Sob outra perspectiva, existe algo que acontece nos bastidores do ambiente de qualquer organização e que talvez dependa do seu posicionamento. Em assessoria executiva, isso fica difícil, porque em tese devemos ser iguais aqueles macaquinhos que nada ouvem, veem ou falam. Nem sempre será assim. Os tempos mudaram. Eu confesso que já intervi em uma situação onde meu silêncio valeria a perda de uma oportunidade de upgrade na carreira de um colega, apenas por vaidade de um gestor.

Eles falaram para ela que a situação de seu processo era uma e, em seguida, eu disse pessoalmente a ela que a situação era oposta. Foi uma informação que deu a ela condições de buscar apoio e virar a mesa para que ela não fosse prejudicada individualmente, mas que evitasse que toda a sua família fosse prejudicada. Você deve estar se perguntando o que houve comigo depois disso? Nada. Não sei como tampouco porquê, mas naquele momento fiz o que tinha que ser feito. E quando você toma partido, precisa ter consciência de que está exposto a consequências que nem sempre são agradáveis.

Posicionar-se é um ato difícil, doloroso, todavia extremamente necessário. E no atual momento de carreira eu já pude me posicionar para ajudar alguém, da mesma forma que me posicionei sobre postura em equipe no ambiente de trabalho e, logo depois, fui penalizada e precisei reorganizar minha vida. E de tudo o que já aconteceu, se tem algo que eu sei que farei quando chegar a hora é me recusar a trabalhar junto com alguém em quem não posso confiar. Temos escolhas na vida, sempre, e as minhas sempre caminham para o lado da paz e da confiança naqueles que dividem o espaço de trabalho comigo.

Pense bem sobre suas escolhas e omissões. A omissão também pode causar problemas sérios, tão ou mais graves do que a oposição.

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Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.

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