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Gestão da mudança

Amigos leitores,

Mudar é algo complexo e quando falamos em mudança, a analogia mais corriqueira que se pode fazer é a de mudança de casa. Ao mudarmos de casa, precisamos de tempo para separar aquilo que levaremos, de fato, para o novo lar. Geralmente esses processos são importantes para fazer uma verdadeira varredura daquilo que não se aplica mais,

do que não é mais utilizado e do que pode servir a outras pessoas para ser doado. Ou seja, um verdadeiro detox.

Para os que entendem de energia no ambiente, deixar o ambiente leve é um dos principais objetivos no processo de mudança. Acontece que a todo momento todos vivem essas experiências. E o processo de mudança não é fácil, especialmente para pessoas que se apegam ao que é material, à condição atual que vivem e resistem drasticamente ao que é novo de verdade.

Ao falarmos dessa questão sob o ponto de vista corporativo, toda mudança exige planejamento, alinhamento ao que é praticado em outros ambientes mais modernos (aos quais geralmente queremos nos assemelhar) e otimização de estrutura de forma inteligente, a fim de que com ferramentas e modelos de gestão mais simples (menos sempre é mais, especialmente no cenário econômico e político do país), seja possível continuar cumprindo a missão de maneira mais ágil, integrada e coerente.

Um dos fatores mais importante (senão o mais importante) é o fator humano, o capital humano da organização (nem me refiro a capital intelectual porque do jeito que a coisa anda, um profissional de secretariado executivo, por exemplo, não é considerado por muitos gestores como capital intelectual, mas as pessoas que formam a empresa. A minha primeira aula sobre administração na faculdade começou com uma equação muito simples: E = P + O (empresa é igual a pessoas trabalhando por um objetivo).

Eu nunca esqueci deste esquema e hoje quando vejo uma estrutura organizacional que prioriza tudo, menos o bem-estar das pessoas, para mim ela não pode ser chamada de empresa, partindo do princípio mais básico da Administração. Se uma mudança, seja ela qual for, na dimensão que for, não é capaz de valorizar talentos essenciais, aqueles escondidos por trás de equipes, aqueles menos explorados, aqueles que ninguém costuma olhar com apreço e mantém em seu DNA a mesma essência de uma empresa que funcionou bem na década de 70, por exemplo, certamente você tem uma receita de bolo que novamente será em vão.

Eu gosto de citar uma instituição financeira na qual trabalhei de 2009 a 2010, no Pará (e quem me acompanha aqui vai saber qual é), porque dos lugares por onde passei, foi o lugar mais coerente, mais adequado, mais próximo daquilo que se lê e estuda nos livros de administração, gestão de pessoas, marketing etc. A forma como você lida com as pessoas diz muito sobre o sucesso nos negócios. Eu lembro de situações muito interessantes: quando um gerente era abordado por uma proposta tentadora do concorrente, esse gerente ia conversar com o superintendente, à época, e compartilhava a situação. O que vocês imaginam que acontecia?

a) O superintendente mandava demitir
b) O superintendente buscava uma contraproposta para reter seu gerente
c) o superintendente ignorava o gerente, o demitia, e o colocava na lista negra

Bom, se você sabiamente escolheu a letra B, você acertou! Aquele gestor buscava todas as alternativas possíveis para conseguir manter seu talento porque ele simplesmente valorizava o seu talento, ele demonstrava respeito e prezava pelo R E L A C I O N A M E N T O.

Ainda bem que temos muitos exemplos de empresas assim, mas infelizmente temos muitas que, no afã de alcançar a modernidade presente no DNA de grandes empresas, especialmente as privadas, metem os pés pelas mãos e seguem confiantes de estarem acertando nas escolhas, quando na verdade muitas vezes nem tem escolha e são conduzidos por fatores muito mais incisivos, entre eles o político… Enquanto assistimos a muitos cenários de mudança de camarote, imaginamos como seria se funcionasse como o professor explicava naquela aula na faculdade, deslumbrados pela possibilidade de aplicar aqueles conhecimentos…

Fique com essa reflexão. E pense sempre na equação empresarial: sem as pessoas, você até pode ter objetivo, mas você não vai chegar a lugar nenhum. E falo mesmo no sentido figurado. Você só tem as pessoas quando elas estão de corpo e alma com você. Se elas apenas executam e, no melhor estilo autocrático do ditado “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, cumprem ordens apenas para evitar problemas, tenha cuidado. Tudo tem um limite, inclusive a indiferença das pessoas.

Feliz primeiro dia do novo mês!

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Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.

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Comentários (1)

  1. Excelente reflexão, Marcela.
    O que percebo, é a que a Secretária exerce um papel muito importante na motivação da equipe. Ás vezes, em coisas que passam despercebidas do executivo, aí entra a nossa sensibilidade e percepção no assessoramento.
    Senti falta de você esses dias. Aparentemente, o site estava em manutenção, mas que bom que voltou!
    Por favor, continue nos enriquecendo ao compartilhar suas experiências.
    Um forte abraço.

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Marcela Brito - 2009-2021