Aliança
Amigos leitores,
Um tempo distante de vocês por aqui, mas com muita atividade offline. Espero ter a compreensão de vocês. Muitas mudanças que vão trazer novos ares e um novo tempo para minha vida e carreira e, certamente, resultarão em benefícios relacionados ao conteúdo que me proponho a compartilhar com vocês por meio do blog. Mas tudo está entrando nos eixos e eu terei a oportunidade de sistematizar minhas tarefas e minhas novas missões nas próximas semanas.
Bom, hoje é uma sexta-feira muito especial. Há 5 anos eu selava uma aliança de vida, alma e coração com a pessoa que aceitou enfrentar os desafios de viver e construir algo de bom para o mundo, para a família e para outras pessoas junto comigo. Hoje Victor e eu completamos cinco anos de casados. Ele não gosta de muita exposição, mas esta data é bem significativa para nós e o casamento é uma escola que só quem é casado talvez entenda do que eu estou falando.
Juntos, temos mais de dez anos de estrada numa loucura de querer fazer a diferença, construir patrimônios intangíveis e o que eu posso dizer é que quem eu era antes do Victor é bem distante do que me tornei depois dele. Tem gente que entra pra salvar a gente de muita coisa. O Victor foi o amigo, o companheiro que me mostrou que eu ainda poderia ser tudo o que eu sonhava. É o meu principal mentor, o meu melhor amigo e o homem que acho que mulheres como eu (não posso falar por todas) sempre desejaram ter.
Cinco anos ao meu lado é uma missão muito, mas muito árdua. Não sou uma pessoa fácil de lidar e tem um ponto que eu gostaria de mencionar que creio que seja válido para algumas das mulheres (sim, esse texto tem uma inclinação ao público feminino) que lerem este texto. Sou de 87, a famigerada geração Y, das meninas que foram educadas de certa maneira a se dedicarem aos estudos e à sua independência financeira para “não dependerem de homem”. Pois é, mas eu vim com um “defeitinho de fábrica” e ao contrário de muitas mulheres da minha geração eu sempre sonhei com algo maior do que a realização profissional: a realização pessoal por meio da família.
Eu sou cristã de alma, de essência, não de doutrina (somente), creio em Deus sobre todas as coisas e respeito muito Sua palavra. As pessoas costumam falar sobre a tal crise dos 7 anos de casamento. Não sei do que se trata nem creio nesses lugares-comuns, mas algo que sei é que em 10 anos de relacionamento e nos 5 de casamento já vivemos crises e todas elas vieram quando eu deixei de cumprir meu papel no casamento (sim, não me julguem, todos tem um papel a cumprir em todos os lugares e instituições e não estou assumindo sozinha a responsabilidade).
Mulheres, somos inteligentes, podemos ser independentes, mas quando tentamos ser estrategistas no ambiente familiar, tomar as rédeas da situação (me refiro a uma família com a presença efetiva de um homem, não de famílias onde mulheres necessitam liderar), a coisa desanda. E desanda muito feio… Coloquei nossa família em alguns apuros algumas vezes por querer levar minha intempestividade no âmbito profissional para dentro do meu lar. Não funciona. Nunca vai funcionar. E a razão para não ter que fazer isso é um dos maiores privilégios da minha vida. Eu casei muito bem, eu tenho um homem de verdade ao meu lado e tem coisas que ele faz infinitamente melhor do que eu e eu não preciso me preocupar em fazer, embora eu possa aprender a fazer. Permitir-se ser cuidada, ser protegida e poupada de muitas situações tem sido meu grande e mais doloroso desafio conjugal. Desculpem, mas isso tem a ver com nossa natureza feminina. Às vezes tudo o que queremos é colo e alguém que nos assuma inteiramente.
Meu marido tem um jeito peculiar de me chamar a atenção em algumas atitudes e sempre que o faz eu me olho diferente no espelho. Ele me lembra de quem eu sou e me traz ao centro, me equilibra. Ele é visionário e muito do que tem acontecido nas nossas vidas nos últimos anos tem sido pela visão e pela racionalidade dele. Ele é planejador, estrategista nato, tem cara de quem não está atento ao ambiente, cara de indiferente. Mas sempre que voltamos de algum lugar, algum evento, ele tem a capacidade de fazer uma leitura detalhada de tudo o que aconteceu naquele contexto, de uma forma que eu jamais poderia fazer.
Sistematicamente ele tem me poupado e me estimulado a seguir em frente, a romper barreiras, a sermos uma família com um modelo que muitos devem questionar, estranhar e criticar. Faz parte do desafio. Ele aceitou e assumiu o papel de muitas vezes cuidar do bebê enquanto eu estou na rua trabalhando. Eu ainda fico balançada com os olhares externos, mas ele tem ignorado porque olha sempre pra frente, tem um olho no futuro, com previsões assustadoramente sábias e certeiras.
Eu tenho passado a considerar com o coração aberto muitas de suas orientações relacionadas à saúde, a relacionamentos, a posicionamento e a comportamento em meio social, profissional e familiar porque ele está sempre certo. No final de uma semana difícil, ele é quem me lembra do futuro, de onde quero chegar, de quem eu quero ser. Já são mais de dez anos juntos e quase quatro vivendo numa cidade onde casamentos não duram, mulheres desistiram do amor e divórcios são bons negócios. Às vezes eu deito a cabeça no travesseiro e sinto que somos uma exceção gritante à regra e juro que isso não é fácil e muitas vezes me sinto constrangida em expor minha situação familiar. São muitas contravenções, muitas regras não escritas onde pessoas defendem que o importante “é ser fiel a si mesmo…”. Não funciona para nós e isso tudo tem uma explicação muito simples: nossa aliança foi firmada não primeiramente um para com o outro, mas com Aquele que nos uniu.
Não se sintam ofendidos com este texto, tenho total respeito pela crença de cada um, mas quanto mais me lembro de quem é responsável pela nossa caminhada e pela nossa aliança, mas eu me lembro que já fiquei tempo demais sem me posicionar, sem honrar quem merece. Cinco anos de casamento com parceria, amor, renúncia, crises, problemas e uma imensa vontade, ainda que muito feridos e cansados com algumas situações, de fazer tudo funcionar, só tem uma explicação: existe uma aliança muito maior no meio de tudo isso e é essa mesma aliança que tem nos aberto portas numa cidade tão hermética, tão inacessível, tão excludente. A gratidão é contínua e a missão, muito maior do que apenas inspirar profissionalmente as pessoas. Cada um nasceu com um propósito. O nosso (meu e de meu marido) talvez seja mostrar que casamento e família não são formalidades, não são instituições falidas. Mas claro que precisa ter sentido, precisa ter algo maior no meio e não é algo natural deste mundo.
Ontem, na fila do supermercado ao voltar de uma reunião de trabalho no fim da tarde em pleno feriado, eu olhava o instagram e via uma foto de um ex-colega de trabalho que vivia um casamento aparentemente feliz há uns anos, com outra pessoa em uma festa, “na melhor fase de sua vida”, segundo dizia parte da legenda… Me deu uma dor ver aquilo. Não posso julgar, ninguém sabe o que cada família vive, mas é algo que não combina comigo e com meu lifestyle. Coisas da vida, coisas do mundo. Mas claro que só cada pessoa entende a dor que sente, mas por isso me sinto muito privilegiada por viver um relacionamento tão incrível e saudável em tempos tão tão difíceis de se manter uma estrutura como essa. E essa também sou, meus caros, moderna à moda antiga como diz letra da minha xará poetisa Marcela Taís. Eu sou esse paradoxo e creio que é exatamente isso que me torne uma pessoa singular. Mas amo cada um do exato jeito que é, mas se existe algo que Deus criou de modo muito especial para nós, seres humanos, foi a família e se existe algo melhor do que viver isso, eu confesso que ainda não descobri.
Espero que esta mensagem alcance quem precisa! Um grande beijo e um ótimo fim de semana!
Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.
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Amiga linda! Que texto incrível, faz total sentido pra mim… parabéns por comemorar tão plenamente essa data especial. Que papai do céu continue te dando garra e corragem para seguir na caminhada. 😊😘