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O que há de errado em ser bom?

Queridos leitores,

Nesse tempo de atividade profissional que tenho vivido, percebo que passamos por um tipo de evolução na forma de pensar, de se comportar, de se relacionar e, especialmente, de agir. Algumas pessoas não evoluem, retrocedem simplesmente, quando resolvem se deixar guiar pelo sistema oculto que pauta as relações no ambiente de trabalho. O que quero dizer hoje é que muito me entristece que cada vez mais vemos pessoas de índole e caráter bons serem vencidas pela crueldade do mundo corporativo. Ser bom tornou-se um problema grave hoje no mercado de trabalho. Existem, inclusive, vários títulos literários no mercado como “Mulheres boazinhas não estão com nada” e “Mulheres boazinhas não enriquecem”. Coincidentemente o discurso do “boazinha não serve” quase sempre está direcionado ao público feminino.

Construiu-se uma ideia de que a mulher tem que ser tão dura e tão rigorosa quanto o homem no trabalho e isso ultimamente tem beirado a crueldade, o que não combina em nada com a natureza feminina. Além disso, a mulher tem outros atributos relacionados à autoridade e liderança que nem de longe estão perto da rigidez, da exigência exacerbada e da falta de afeto. E, de modo geral, as empresas tem promovido verdadeiros campos de batalha nos ambientes organizacionais do tipo mata ou morre, cuja máxima predominante é a de que você precisa ser tão cruel ou mais para se sobressair, para crescer, para ter destaque. Honestamente, desde quando isso se tornou verdade absoluta?

Não bastasse essa mentalidade ser tão absurda e fracassada, ainda temos pessoas acreditando piamente nisso que passam a incorporar essa atitude para suas vidas. Ou seja, ao invés de termos pessoas superando e combatendo esse tipo de comportamento, passamos a ter pessoas em nosso meio adoecendo por acreditarem que é melhor ser mau, cruel e perverso nas relações profissionais, a fim de evitar prejuízos emocionais. Mas existe um grave problema nesse tipo de conduta: nos fechamos para os outros, com medo de nos ferirem e agimos pior do que esses que nos ferem. Nos fechamos por não querermos dar brecha às maldades alheias e perdemos a oportunidade de encontrarmos pessoas maravilhosas em nosso caminho.

Enquanto muitas pessoas tem se tornado cópias dos piores exemplos de gestores, eu digo algo que tem feito toda a diferença ao longo desse meu início de carreira profissional: NÃO há absolutamente nada de errado em ser bom, afetuoso, cortês, disponível e honesto. Sabe por quê? Porque se hoje você encontra dificuldades em ser feliz no local de trabalho em que você está por acreditar que não há outra forma de ser bem-sucedido senão usando da crueldade, é porque este lugar, essa empresa e essas pessoas não servem para você. Busque um lugar onde ser do bem faz bem para o coração, a alma, as relações e os negócios. Existem muitos lugares assim no mercado porque são esses lugares que mantém este mundo corporativo ainda sustentável e habitável.

Um beijo enorme e uma semana abençoadíssima para vocês!

Marcela Brito sou eu: secretária executiva trilíngue, esposa, mãe, consultora de carreira, empreendedora, escritora, blogueira, professora, eterna aprendiz e uma mente que não para de pensar em construir um bom legado para nós e os que vierem depois de nós.

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Comentários (2)

  1. Querida amiga, cada dia que passa sinto mais e mais orgulho de poder trabalhar com você e aprender com seu profissionalismo. Feliz aquele que tem o privilégio de compartilhar momentos mágicos de sabedoria ao seu lado. Abraços.

    1. Querida amiga,

      Para mim é uma honra poder ser sua colega e ter construído este laço de amizade. Deus é bom ao colocar ao meu lado pessoas do bem e que fazem bem! Obrigada pelo convívio diário, pela doçura, paciência e sabedoria! Bjs

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Marcela Brito - 2009-2021