Como não adoecer?
Queridos leitores,
Eu havia proposto a mim mesma não desenvolver textos sobre temas pesados, pelo menos não durante o mês de janeiro, mas este tema tem mexido comigo nos últimos dias e merece nossa atenção e espaço aqui no blog. Tenho acompanhado, desde que iniciei minhas atividades profissionais, que muitas pessoas adoecem ao longo da carreira. A cada ano os casos vão ficando mais graves e as situações muito evidentes. Para começar, tenho observado pessoas queridas e próximas que começam a se sentir oprimidas por maus gestores e não conseguem (ou não têm coragem) encontrar uma solução para esse problema.
Seja lá como a grande maioria das pessoas encare esta questão, o fato é que na minha profissão, infelizmente, ainda é fácil um profissional de secretariado executivo se sentir em uma situação de opressão em relação ao gestor. Talvez por medo de retaliação, medo de perder privilégios por “bater de frente” com os tais “poderosos” ou por tentar, pelo menos, não agir de modo a piorar a situação, as pessoas se retraem. E o resultado disso é: opressor se torna mais poderoso e o oprimido adoece.
Não acho justo adoecer por desequilíbrio emocional ou mental, sociopatia ou psicopatia por parte de outras pessoas. Definitivamente é algo que não pode jamais ocorrer. Eu passei por isso na segunda experiência profissional que tive que, aliás, foi meu primeiro emprego formal, em uma empresa pública. Na época eu não tinha experiência e ainda estava entrando no terceiro ano da faculdade. Minhas expectativas eram as melhores e minha gestora, naquele momento, me pareceu alguém muito alegre e disposta a fazer um bom trabalho (a inocência nos leva a crer em coelhinho da páscoa). Em pouco mais de dois ou três meses aquela mulher se tornou meu pior pesadelo. Nenhum preparo técnico, baixíssimo nível intelectual, nenhuma competência emocional, bem típico de cargos nomeados por políticos.
Emagreci, adoeci, entrei em uma profunda tristeza e em um estágio de desconforto, a ponto de não ter apetite. Fui coagida várias vezes e, ao longo de quase três anos, fui chegando ao meu limite, até que após eu me formar, eu percebi que eu não precisava passar por determinadas situações sendo tão jovem e cheia de sonhos. Foi quando surgiu a oportunidade de ir para uma instituição financeira privada por meio de uma entrevista de emprego. Não hesitei e agarrei com unhas, dentes e toda minha força a oportunidade. E o melhor: saí um dia antes da “gestora” voltar de uma licença… Melhor assim. Relações cortadas, nenhum arrependimento.
Aquela atitude, aos 22 anos de idade, ajudou a formar uma resistência em mim que não permitia mais que ninguém “cantasse de galo” sem autoridade, sem necessidade e por desequilíbrio. Depois disso, passei por outras situações, mas não me entrego mais e não permito nenhum abuso, pois eu sei a profissional que sou e sei que um trabalho saudável é quando existe respeito e limite nas relações entre gestor e equipe. Portanto, não perca tempo se deprimindo e permitindo que assédio moral se torne uma rotina, pois esse tipo de comportamento por parte de quem sofre o abuso faz com que você deixe de se respeitar sem perceber, o que abre brecha para qualquer pessoa desrespeitá-lo também.
O importante é estar bem no lugar onde está. Se não há solução por parte da empresa (infelizmente há muitos gestores sendo protegidos pela unidade que deveria defender o empregado que sofre esse tipo de abuso), como também ocorreu no meu caso citado acima, a solução é você quem deve criar, buscando outras oportunidades de emprego, confiando em si mesmo, em sua capacidade e chutando o pau da barraca. Às vezes é assim que tem que ser, muitas vezes atitudes drásticas como essas são necessárias para que você se liberte e imponha limites onde quem define até onde vai o direito alheio é você.
Um beijo e uma quarta-feira de paz!
Marcela Brito sou eu: cidadã do mundo, secretária executiva trilíngue, esposa, mãe, consultora de carreira, empreendedora, escritora, blogueira, eterna aprendiz e uma mente que não para de pensar em construir um bom legado para nós e os que vierem depois de nós.
Ainda bem que você se libertou dessa. Com certeza o que você fez foi inusitado em uma empresa em que tudo tende a mudar em 4 anos. De toda a forma fico feliz por você colher os resultados disso e ter tido a oportunidade de numa crise, despontar seu potencial onde pudesse ser reconhecida. Que os seus relatos sirvam de lição aos seus leitores.
Abraços
OI, Daniel! Obrigada pelo comentário!! Espero que meus relato sirvam de estímulo e conforto para quem precisa de coragem para mudar também.
Abraços!