Nuances culturais
Olá, leitores!
Desde meados da época da faculdade eu passei a me interessar pelo estudo de culturas e sua influência no comportamento profissional. Já morei em algumas cidades, uma mais diferente que a outra, e aos poucos comecei a compreender o que eu estudava na prática. Parafraseando um trecho daquela que se tornou a série favorita na minha casa (a que nos cativou de imediato – Suits), “não se pode ter o melhor de dois mundos”. Pois é, a questão é que eu sou muito teimosa e sempre acredito que podemos ter, se não naturalmente, por meio de alguns estímulos. Quando você está longe das pessoas que você ama, o melhor emprego do mundo ou a melhor condição financeira se tornam vazios e, então, a prioridade é agir para conseguir ficar perto de quem se ama. Resolvido isto, as atenções se voltam para outras áreas.
É inevitável que nossa condição humana persiga situações ideais a vida toda, caso contrário é como se a própria vida perdesse o sentido. Se hoje você alcançou status profissional satisfatório, ou vai faltar realização no lado pessoal ou espiritual. Então, você se casa com quem ama, é correspondida, vive bem, mas estão longe dos familiares. Ou estão longe dos familiares e sem amigos. Não tem jeito, alguma coisa sempre vai faltar. Fomos criados para o relacionamento. Para os que creem em Deus, fomos criados por Ele e para nos amarmos e nos relacionarmos entre si e com Ele. Para os que não creem, devemos nos relacionar para viver com o mínimo necessário.
Há cidades de todos os estilos no mundo. Em algumas é mais fácil se relacionar com as pessoas, em outras a dificuldade será maior. Atualmente a cidade onde moro é uma miscelânea de pessoas, sotaques, estilos de vida e a maioria chega aqui com o mesmo objetivo: trabalhar, se desenvolver na carreira e construir uma vida mais confortável. A identidade na cidade onde moro é marcada exatamente pela falta de identidade, de uma marca. É lugar de todos e terra de ninguém. Isso me leva, mesmo que dolorosamente, a entender porque é tão difícil fazer amizade em curto prazo. Não é culpa das pessoas, é parte de um processo cultural. Quando chegamos a uma terra que possui música, culinária, dança, sotaque definido, sempre haverá um nativo afoito para querer apresentar toda essa riqueza e multiplicidade ao visitante. Isso aproxima, acolhe, cria laços. O dono da casa, nesse caso, faz as honras. Se a casa não tem dono, o que esperar, não é?
Mais uma parte do conhecimento infinito a respeito de cultura. Isso impacta diretamente nas relações profissionais. O que se vê no meio social se reflete no meio profissional e, embora magoe, a realidade é que é encontrar alguém com quem se possa contar e dividir os choros e risos do dia a dia num lugar de onde ninguém se sente dono, é o mesmo que ganhar na loteria. Sorte de quem encontra um bom amigo num lugar como esse.
Faz parte da vida, é parte da cultura, compõe a dor do crescimento… E o que fica pelo caminho é só aprendizado. O que passa, é vida que segue, é gente que cresce.
Marcela Brito sou eu: cidadã do mundo, secretária executiva trilíngue, esposa, mãe, consultora de carreira, empreendedora, escritora, blogueira, eterna aprendiz e uma mente que não para de pensar em construir um bom legado para nós e os que vierem depois de nós.
Oi Marcela, adoro seus textos sempre que posso estou por aqui lendo.Abraços no amigo Victor e cheiros na Elisa.bjos.
Marcita