Valores de pais para filhos
Caros leitores,
Após a descoberta da gravidez, várias coisas mudaram radicalmente, rapidamente e me fizeram ter uma visão um pouco mais realista do mundo e das pessoas. Vivemos em uma sociedade bastante doente e que causa estragos em todos os níveis. Tragédias ocorrem do mais pobre ao mais rico.
Antes da minha gestação, eu acreditava que era possível tentar adiar um pouco mais esse bombardeio de informações negativas e de consequências negativas ao qual todos somos submetidos diariamente, contudo é praticamente impossível. Todo dia é uma notícia ruim, mais um caso de pedofilia, mais um caso de estupro, mais homicídios e outros crimes hediondos.
Vejo pessoas da minha faixa etária com hábitos e valores bastante vulneráveis e que, assim como eu, estão gerando frutos. Penso em como essas crianças crescerão e em como será cada vez mais desafiador e difícil educar e formar pessoas emocional, física e espiritualmente saudáveis. No entanto, creio também que enquanto uma criança receber referências do pai e da mãe e tiver um lugar equilibrado, administrado por pessoas conscientes, ela terá condições de lidar com situações mais delicadas e desenvolverá a capacidade de gerir momentos de tensão.
E hoje reflito sobre meus comportamentos, o que falo, o que publico na internet e como ajo no meu local de trabalho e a forma como me relaciono com as pessoas. Será que minha filha se sentiria à vontade e satisfeita com minhas atitudes? Esperar um filho molda nossa forma de ver o mundo e nos obriga a querer fazer deste mundo instável um lugar possível de viver.
Eu creio que, se no papel de pais e mães, nós ensinarmos nossos filhos a se relacionarem com as pessoas de forma amorosa, respeitosa e solidária, além de os incentivarmos a serem responsáveis pelos recursos com os quais lidam desde cedo, temos grandes chances de modificar o quadro social atual. São questões de valores. E não tem jeito, esses valores precisam ser repassados de pais para filhos.
Por Marcela Conceição Brito