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Amig@ leitor(a),

É certeiro: você caminha poucos metros no escuro corredor da corporação e encara algumas faces. Difícil encontrar um traço de alegria (genuína), posturas eretas ou, até mesmo, olhos focados. Tudo o que se vê são corpos. Corpos que vagam errantes, sem saber, sem entender, sem querer estar naquele lugar.

Os zumbis estão de volta. Ainda mais famintos. Famintos da sua energia, da sua vida, da sua cor, dos seus sonhos. É uma batalha diária e infinda ter que se manter em pé ao fim do dia. O passar da guarita representa um portal. Antes dele, tudo é possível: o sol brilha mais, as pessoas são mais dispostas, a cidade é viva e as pessoas, vivem.

Depois do portal, tudo se resume a natureza artificial, morta, fumaça de cigarro, cobranças, burocratas, papeis, caras amarradas. Mas, como diria o poeta… “não ligue pra essas caras tristes, fingindo que a gente não existe. Sentadas são tão engraçadas, donas das suas salas [corporativas]…”.

Eu adoro observar o cenário, como eles vivem, do que se alimentam, sobre o que falam e o que pensam. Não, espere! Não pensam. A natureza morta desse cenário é o campo de batalha perfeito para grandes criações, estratégias, ideias e modelos do que NÃO se deve ser, fazer ou pensar.

No fundo, só existe um dia de alegria. O dia útil do soldo, daquele valor pelo qual tanto se fez ao longo de vários dias. E o que seria desse cenário sem o soldo? Não existiria ou, ainda, existiria em vida sem as amarras da burocracia, das perseguições, dos jogos sujos.

Ainda há esperança de se ter um ambiente decente, um ambiente de festa, que possa ser por si só, pela sua própria obra. Quem sabe não estamos caminhando para atingir o status de natureza viva?

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Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.

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