Longe da superfície
Amig@ leitor(a),
“O que você tanto busca no meio da multidão?”, perguntava mentalmente ao folião enfeitado e com olhar profundamente perdido que passava pelo lado de fora da janela do carro, no caminho de casa para o hotel. “Mamãe, por que estão vestidos assim?”, perguntava a pequena Elisa. “É o carnaval, filha! É o carnaval…”
Nem de longe o texto de hoje pretende ser um julgamento ou questionamento sobre a conduta social de quem procura diversão, descanso, lazer e experiência nas festas de carnaval.
Desde pequena, ao ver meu pai se ausentar mais do que o normal de casa em época de carnaval, ao observar as pessoas bebendo mais do que o normal e mais loucas que o normal, eu percebia que o carnaval trazia algo que fazia as pessoas se libertarem de algum modo, de alguma prisão, de alguma cadeia (mais do que nos demais feriados do ano).
Anos mais tarde, ao aceitar Jesus como meu único salvador, as pregações giravam em torno das armadilhas de Satanás na Terra nesta época e nas terríveis consequências que esta época do ano trazia. DSTs, gravidezes indesejadas, mortes no trânsito, brigas e confusões na festa e ressacas diárias no período mais “festivo” do ano.
E no fundo essa dúvida ainda me perturbava: o que buscam no carnaval? O que buscam nas ruas, nos outros, nas músicas, na bebida, drogas e em relacionamentos líquidos? No final da última semana, assistindo a apenas um trecho de um vídeo do coach Paulo Vieira (FEBRACIS), ele falava sobre alegria x felicidade.
Resumindo, ele falava que a alegria pode ser encontrada e produzida em doses ou momentos, como ele mesmo definiu. E dizia que a felicidade está assentada na existência, naquilo que preenche nosso coração nas coisas mais simples, como os últimos minutos de sono do filho em nossa cama antes de levantarmos. O nascimento de um filho, um beijo de amor em nosso amad@ companheir@.
Por outro lado, a busca desenfreada por preencher o vazio (que só a existência preenche), continua loucamente naquilo que nos dá doses de adrenalina, mas passa, nos fazendo ficar viciados (é uma droga!). Felicidade é constante, é serotonina. Alegria é adrenalina.
E usando esta reflexão, já estudada pelos cientistas da felicidade de Harvard, confronto você hoje a pensar no que você tem buscado para preencher seu vazio, seu buraco, seu vale, seu âmago. Existe sustento nas profundezas. E a vulnerabilidade é a porta para chegarmos até o profundo de nós mesmos. Experimente fazer isso nesses dias de feriado. Enquanto do lado de fora existe muita música, glitter, risos e bebidas, o lado de dentro traz conforto, amor, paz, segurança e mansidão. De qual lado você quer estar?
Eu decidi ficar do lado de dentro há quase doze anos. E posso te contar um segredo? Não tenho a menor vontade de sair!
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Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.
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