Diagnóstico da satisfação
Amigos leitores,
Revendo meu velho e bom caderno azul, que já deu origem a tantas boas ideias e já me acompanhou por tanto tempo, encontrei numa página frente e verso de texto, destacado com o título “textos meus”. No canto superior direito estava a data: nove de junho de dois mil e quatorze. Velho? Nem tanto. Li o texto com o olhar de quase quatro anos depois e percebi que, embora eu tenha mudado emocionalmente, temas como esses sempre se fazem atuais.
E aqui trago essas emoções de um ano de virada de jogo para mim, como este próprio dois mil e dezoito também. Boa leitura!
Se existe um desajuste social sério é a falta de solidariedade. Esta palavra se tornou quase um sinônimo de filantropia e certamente não é sobre isso que eu quero tratar. Eu sou uma jovem iniciante em uma carreira que acumula modestos sete anos de atividade. Enfim, de tudo o que eu já observei desde que ingressei no mercado de trabalho, o que mais me deixa contrariada é a já mencionada falta de solidariedade.
Na minha profissão deveria ser diferente, porém é onde mais eu testemunho situações em que a sabotagem, os prejuízos causados ao outro e as famosas “puxadas de tapete” se tornam cenas repetidas e estranhamente comuns no cotidiano das empresas. Se a empresa não incentiva a prática dos valores que diz cultivar, então o quadro se torna pior.
As pessoas tem vivido o lema “salve-se quem puder” constantemente e o respeito pelo colega do lado vai ficando para trás, esquecido, até que não seja mais notado. Ninguém quer se “queimar” diante do chefe de quem não se gosta, pois vai que acabe sobrando, não é? É mais fácil colocar na conta do colega mais novo, pois o discurso do “eu tenho cem anos nesta empresa, nesta função” já foi incorporado ao salário. Se você tem menos de cinco anos em uma empresa que vive de glórias passadas que nunca foram celebradas, meus pêsames… Você será (quase) sempre visto como incompetente, desalinhado, fora do perfil exigido, entre outros defeitos que certamente serão encontrados.
Se você é o tipo do profissional que estudou para praticar a intelectualidade com a qual Deus o presenteou, aprenda primeiro a identificar um local de trabalho onde você realmente seja visto e tratado como um ser humano pensante e não como mera força de tração.
Há empresas de valor e que cultivam de fato os valores que pregam e é nesse tipo de ambiente que profissionais com alta capacidade de atitude, raciocínio e perfil contestador devem almejar executar seu trabalho. Do contrário, você passará alguns ou, quiçá, todos os preciosos e inestimáveis anos de sua vida se frustrando por começar a acreditar que o errado é você.
Pense bem, pois existe uma situação profissional na qual você realmente está errado: é aquela na qual você sabe o que deve ser feito, todavia é orientado (e quase sempre coagido) a não fazer, pois há um sistema inteiro sustentando os problemas e pagando caro pela ignorância (ou ganância?) de alguns que desejam sempre estar bem às custas do mal causado à grande maioria.
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Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.
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Olá Marcela,
Seu texto me fez refletir pelo que estou passando agora.
Amo a docência, mas em muitas situações me pego perguntando,”será que eu
sou eu a errada? Será que isso é para mim?
Confesso, tenho vivido dias de angústia, de olhares desconfiados, de afrontas pessoais.
Mas sigo firme…..
Obrigada pelo texto!
Excelente texto, Marcela!
Hoje mesmo estava pensando sobre isso.
Sobre investir energia onde há retorno, e não me refiro apenas à salário e sim à valorização, que para mim, é algo que vai muito além.
Obrigada por nos enriquecer, mais uma vez.
Abraço