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Amigos leitores,

O mito da multitarefa me pegou de jeito nos últimos anos (eufemismo, claro, pois desde que me conheço eu me envolvo em mil atividades simultâneas). Embora eu sempre tivesse envolvida em várias atividades simultaneamente (e mantendo ótimo rendimento em todas elas, apesar de pagar preço alto quanto ao bem-estar), de uns meses para cá tenho lido e acompanhado pessoas da minha idade que tem iniciado uma corrente de atuação profissional que está relacionada à saúde física, mental e emocional. Essa prática se chama biohacking, que consiste em hackear a própria biologia, ou seja, buscar fórmulas, métodos e alternativas para viver com mais saúde, aumentar a produtividade com base em alimentação e outros hábitos saudáveis, a fim de atingir alta performance sem se sentir um zumbi ambulante.

No início do ano, eu falei para vocês que 2016 seria um ano bastante filosófico para mim, especialmente porque eu passaria a questionar muitas coisas que, a princípio, parecem corretas, todavia não são. Tudo o que me deixa fatigada, desmotivada, ansiosa e inquieta deve ser questionado, porque este é o principal sintoma de que algo não vai bem. Em alguns momentos parece impossível cumprir o propósito de vida em outro formato que não seja o “faça-tudo-o-tempo-todo”. Mas eu sinto que isso não tem que ser assim e que existe outro caminho. Hoje eu atuo como docente e a coisa que eu mais queria compartilhar com os pupilos é algo do tipo “ei, você vai ser bem-sucedido sem ter que abrir mão de tempo com sua família e sem deixar de fazer o que você mais gosta”. Mas hoje essa não é uma verdade para mim.

Este mês é o mês do meu aniversário e eu quero tomar decisões importantes que vão definir o meu futuro. Eu completarei 29 anos no dia 26 e tudo o que eu mais queria quando eu chegasse aos 30 (a idade do sucesso, vide filme “De repente 30”) era estar fazendo somente aquilo que eu gosto. Eu ainda tenho um ano para essa meta. Meu marido queria estar aposentado… rsrsrs Isso mesmo, vivendo somente de suas grandes paixões, mas falta energia, falta ânimo. Há meses não consigo ler a minha revista favorita e não consigo concluir a leitura de um livro. Mas o ano ainda está na metade, não é?

Mês passado fiz minha primeira viagem à Europa (o cenário mais instigante da geopolítica mundial) para participar de um Programa Educacional para Secretariado Executivo. Como boa observadora das pessoas, notei o quanto os espanhóis são diferentes. Bonitos, aparentemente saudáveis e sem aparência de ansiosos. Em Madri, caminhavam pelas ruas com semblante ameno de quem conduz a vida com racionalidade. Será que essa ansiedade que estamos vivendo é cultural? Não sei, isso dá um bom tema de pesquisa, mas o certo é que muitas pessoas estão percebendo que não existe multitarefa e que se a ideia que tentamos passar ao protagonizarmos mil papeis é a de superman(woman), isso está caindo por terra.

À beira dos 29 anos eu descobri que não tenho mais idade para achar que dou conta de fazer tudo. Não dou! E nem quero dar conta! Quero fazer o que gosto, cuidar de quem cuida de mim e ser feliz! Muitas vezes a melhor referência para outras pessoas é a imagem de alguém que vivem em paz e tranquilo, sem ansiedade, sem angústias e sem expectativas de tentar salvar o mundo. Quero escrever mais livros, quero plantar árvores, estar perto de quem precisa da minha ajuda e amar a minha família, estando presente e sendo uma bênção! Sobre o biohacking, em casa marido e eu estamos em busca de utilizarmos o que a natureza tem de melhor para aumentar nossa longevidade, nossa felicidade e, consequentemente, nossa produtividade. Fiquem de olho, vou falar mais sobre este assunto!

Ótimo dia!

Marcela Brito sou eu: secretária executiva trilíngue, esposa, mãe, consultora de carreira, empreendedora, escritora, blogueira, professora, eterna aprendiz e uma mente que não para de pensar em construir um bom legado para nós e os que vierem depois de nós.