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IFB: fábrica de oportunidades com qualidade

Amigos leitores,

Este mês tive uma agenda cheia, graças a Deus, e a oportunidade de transitar em ambientes maravilhosos e diversos. Quero falar com vocês hoje sobre o Instituto Federal de Brasília, campus São Sebastião. No dia 27/11 estive no IFB a convite do querido  Jefferson Sampaio, que é membro do Comitê de Secretariado do DF e professor do instituto, para que eu fizesse a palestra do evento de enceramento das atividades de seus alunos do curso Técnico em Secretariado. Foi uma rica experiência e eu falei de interculturalidade da melhor forma que poderia ser: imergindo no universo do saber e no contexto dos alunos do Jeff.

Além de o evento ter sido maravilhoso, o que mais me deixou encantada e feliz com aquilo que a mídia não mostra e que boa parte das pessoas que está nas redes sociais não conhece ou ignora, foi a estrutura que vi no meio de São Sebastião. O campus do IFB na região ficou marcado para mim como um símbolo disruptivo da realidade daquela comunidade. Quando eu era adolescente meu irmão já falava para mim do ensino técnico federal nos antigos CEFETs, que na nossa cidade não tinha. Mas eu também não entendia a importância naquela época. Quando eu entrei e gentilmente fui apresentada a praticamente todas as dependências fiquei arrepiada com a infinidade de oportunidades e mudança de realidade que a imponente estrutura física do IFB de São Sebastião (e os professores me falaram que esta planta é uma das menores) protagonizará daqui por diante na vida daquelas pessoas.

Gostaria realmente de pincelar algumas coisas que vi e que mais me chamaram a atenção:

1. Acesso ao ensino médio gratuito com formação técnica: é incrível a possibilidade de realizar o ensino médio com formação técnica especializada tendo como professores mestres e doutores em seu quadro docente gratuitamente.

2. Assistência psicossocial a alunos: para quem acredita que alunos de instituições públicas não evadem o ensino por problemas financeiros está muito enganado. Existe um número significativo de estudantes que, por problemas familiares como desemprego de familiares e má alimentação tendem a abandonar os estudos. O risco é altíssimo e o preço, maior ainda. Neste caso, existe um núcleo de assistência psicossocial com psicólogos e assistentes sociais especializados em avaliar caso a caso e deferirem a concessão de um auxílio emergencial para esses alunos, que estão prestes deixarem seus estudos pelo fato de não terem dinheiro para o aluguel ou para comer. Isso, definitivamente, não tem preço. E eu realmente gostaria de ver a mídia divulgar!

3. Acesso da comunidade a dependências do campus: a comunidade de São Sebastião pode acessar livremente e solicitar reserva de espaços como ginásio de esportes, biblioteca e auditório para a realização de eventos. Inclusive no dia de minha palestra a comunidade estava promovendo um evento sobre violência contra a mulher negra. A biblioteca é um dos espaços de estudo e leitura mais acolhedores que eu já vi. Conta com sofás, puffs e espaços para estudos individuais. E isso é da sociedade!

4. Geladeira solidária: esse foi o ponto de maior emoção para mim, pois a proposta é que no meio do espaço onde será o refeitório / cantina há uma geladeira cuja proposta é que as pessoas levem alimentos e deixem os mesmos disponíveis para os alunos que muitas vezes passaram o dia sem comer absolutamente nada. Eu sou docente em IES privada, mas vez por outra testemunhamos casos de alunos que desmaiam por fraqueza e fome. Isso é uma agressão a qualquer pessoa, especialmente um estudante que, em hipótese nenhuma, deve ficar sem se alimentar.

Apenas para conhecimento, o IFB possui os seguintes campi no DF:

– Brasília
– Ceilândia
– Estrutural
– Gama
– Planaltina
– Riacho Fundo
– Samambaia
– São Sebastião
– Taguatinga
– Taguatinga Centro

Definitivamente, há muitas coisas boas acontecendo, mas como atingem uma esfera ínfima da sociedade, que geralmente não interessa a quem detém o poder, muitas vezes não são faladas, mostradas e divulgadas. Que bom que vivemos em uma era onde a informação pode circular livremente e chegar a qualquer pessoa. Sinto-me privilegiada e abençoada por ter um canal onde eu possa contribuir o mínimo para que ações como essa sejam relatadas e apresentadas como exemplos. Eu cursei minha educação básica, ensino fundamental e dois anos do médio em escolas públicas, além do ensino superior (também em instituição pública) e sou defensora ferrenha da educação gratuita de qualidade.

E sou muito grata ao Jefferson por ter me dado a chance de conhecer de pertinho toda essa estrutura e as possibilidades que uma instituição como o IFB provoca numa comunidade. Eu vejo em breve um local que terá índices de marginalidade decrescendo, uma comunidade onde as crianças poderão frequentar uma biblioteca de qualidade, praticar esportes em um ginásio com estrutura adequada, terem acesso a palestras e profissionais inteligentes influenciando positivamente suas vidas. Nenhuma mudança profunda ocorre da noite para o dia, mas ações conjuntas certamente contribuirão para a mudança de cenário de um Brasil que muitos, infelizmente, não querem que exista.

Abraços e ótima quarta-feira!

Marcela Brito sou eu: secretária executiva trilíngue, esposa, mãe, consultora de carreira, empreendedora, escritora, blogueira, professora, eterna aprendiz e uma mente que não para de pensar em construir um bom legado para nós e os que vierem depois de nós.

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