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Amigos leitores,

Hoje vou falar dos dois momentos que vivi após meu terceiro emprego. Foi uma mudança brusca também, pois eu deixava a liberdade e o rápido feedback do banco e da estrutura de gestão privada para retornar à burocracia do serviço público. Eu saí da instituição financeira citada no texto de ontem em maio de 2009 e em junho do mesmo ano eu ingressava na Universidade Federal do Pará na condição de assistente de eventos na Assessoria de Educação à distância. Foi uma experiência enriquecedora, em uma área nova na universidade e tive a satisfação de trabalhar com a secretária executiva Ivanete Guedes, com quem aprendi a ter paciência para executar tarefas num sistema que infelizmente não responde adequadamente às necessidades.

Mas foi exatamente nessa unidade acadêmica que tive um dos momentos de maior alegria em poder praticar alguns conhecimentos. Ajudei na organização de alguns eventos grandes e, em especial, tive a satisfação de recepcionar alguns estrangeiros em um simpósio e passava o dia todo ouvindo vários idiomas e me comunicando em inglês. É o máximo para quem está começando a carreira numa posição onde a margem de erro é maior. Foram experiências muito especiais e eu agradeço aos que me apoiaram nessa fase.

Lá, fiquei até novembro e, em seguida, passei em dois processo seletivos para secretariado executivo (uma para trabalhar num instituto de pesquisa de desenvolvimento sustentável para a Amazônia e outro para trabalhar em uma mina da Vale no interior do Pará). Como eu ingressaria na universidade muito em breve por meio de concurso público, não aproveitei nenhuma dessas oportunidades. Foi então que, junto com meu grande parceiro e outro amigo, decidi levar adiante um sonho latente desde os últimos anos de universidade: o empreendedorismo. Nessa experiência ousada fizemos um curso para o público aberto e um treinamento direcionado a vendedoras de uma sapataria feminina no centro de Belém. Foi muito bom! Demos umas cabeçadas e o negócio foi interrompido temporariamente, mas o fogo do empreendedorismo continua latente, mas agora a maturidade ensinou que é preciso calma, planejamento, alinhamento correto de ações e público para ingressarmos em um mercado com estrutura, especialmente a emocional.

Em fevereiro de 2011 ingressava na Universidade Federal do Pará novamente, mas agora pelo concurso público. Entrei e fui lotada no Instituto de Tecnologia da UFPA, o instituto da Arquitetura e das Engenharias. Um mundo de conhecimento, de pessoas, de gente muito brilhante, talentosa e voraz! Outro desafio. Quando cheguei, fui levada à Diretora do Instituto para me apresentar e para conversarmos. Meu primeiro pensamento? Ih, ferrou… chefe mulher (e eu, ainda, muito machucada com a péssima experiência da Emater). Mas Deus gosta de quebrar paradigmas e de confundir as coisas “certas” desse mundo. No momento em que nos conhecemos, ela (Maria Emília, posso citá-la sem medo) e eu tivemos uma grande empatia, sintonia e daí por diante nossa parceria foi de muito sucesso e nosso relacionamento excelente no trabalho administrativo resultou em sucesso na vida pessoal, com a amizade que cultivamos até hoje e em sua missão e propósito de mudança para o Instituto. Eu me sentia uma peça muito importante em um processo de trabalho no ITEC que tinha como foco a INTEGRAÇÃO.

Mas o melhor mesmo ainda estava por vir. Aos poucos fui entrando nas ações de integração servidores-alunos como o Coral do ITEC, os eventos em celebração às datas comemorativas e uma presença muito forte no dia a dia da universidade. Emília e eu firmamos um pacto de motivação e amor pelo Instituto. O ITEC promoveria em setembro daquele ano uma semana acadêmica e o maior desafio era… público (isso mesmo!). A cultura da Semana do ITEC era ‘férias’ para os alunos, pois nenhum se engajava e a semana perdia o sentido. Então, eu decidi utilizar de uma estratégia aprendida na prática nos tempos de faculdade: inserir definitivamente o nosso público-alvo na organização do evento que era para eles. Espalhamos cartazes pelo instituto anunciando período para inscrição de alunos interessados em trabalharem na organização do evento. Foi um sucesso! A maioria deles nem sabia que poderia ter acesso à diretoria do instituto. Recrutei os alunos e fiz um treinamento de apresentação e divisão de comissões por atividade (divulgação / comunicação / suporte etc). Não sei em números, mas éramos muitas pessoas trabalhando pela SITEC. Essa experiência me mostrou que, apesar dos grandes obstáculos e dependência que precisamos ter em relação à burocracia, é possível dar um formato mais profissional e empreender no serviço público.

O resultado não poderia ter sido diferente: sucesso, amizades e a conquista da INTEGRAÇÃO. Emília, não sabes o quanto esse trabalho, também meteórico, representa na minha história de vida e profissão. Você me deu uma oportunidade única de liderar, de influenciar e de assessorar você no mais alto nível de importância do Instituto de Tecnologia. Obrigada a você e aos servidores (professores e técnicos) e alunos dos quais me tornei amiga e eterna torcedora! Amo vocês!! A diferença está nos valores praticados e essa satisfação salário nenhum nesse mundo paga. Foram oito meses maravilhosos! E como um choque de realidade, após o sucesso e resultados positivos de nossa parceria, a carta-convite do meu quinto emprego chegou. No momento em que eu mais me sentia realizada profissionalmente. Mas a minha situação de vida naquele momento e os meus sonhos precisavam de uma remuneração mais alta e, nesse caso, eu precisei atender o próximo chamado e realizar a próxima missão. Só que dessa vez migrando da linda Amazônia que tanto me fez crescer, me fez ser profissional de verdade, para retornar ao Rio de Janeiro e viver o carioca’s lifestyle. Mas essa história eu só conto amanhã! Aguardem!

Marcela Brito sou eu: secretária executiva trilíngue, esposa, mãe, consultora de carreira, empreendedora, escritora, blogueira, professora, eterna aprendiz e uma mente que não para de pensar em construir um bom legado para nós e os que vierem depois de nós.