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Queridos leitores,

Esta semana conversei com duas ex-estagiárias sobre a exigência do estágio supervisionado pelas instituições de ensino superior. Isso me fez pensar na real experiência que os estagiários, em geral, vivenciam nas instituições, sejam públicas ou privadas. Desde que iniciei minha vida acadêmica, nunca tive de fato uma experiência como estagiária. Meu primeiro estágio tinha mais perfil de trainee e eu exercitava relacionamento com stakeholders, portanto, não sei o que é ser um estagiário, mas já conheci muitos estagiários frustrados por falta de uma orientação por parte da empresa ou do profissional que supervisiona seu trabalho.

Em muitas organizações percebemos que o estagiário é a mão de obra barata que faz tudo e não aprende nada. Infelizmente eu vejo que muitos fazem serviço de funcionários e se aquele estagiário sair, não há um funcionário que resolva, uma vez que em algumas empresas existe o absurdo de estagiário que faz uma atividade que nenhum funcionário sabe fazer. Esse tipo de realidade é comum, frequente e semeia péssimas impressões sobre mercado de trabalho, profissionais e empresas na cabeça dos jovens. O estágio é um tempo de aprendizado, conhecimento, exercício das atividades de sua futura profissão. É inadmissível que um estagiário cumpra um período de experiência e saia sem ter agregado nada melhor em seu currículo e em sua vida.

Essa reflexão veio bem a calhar no momento que vivo hoje. Atualmente supervisiono duas estagiárias da minha área profissional e desde que iniciei minhas atividades na unidade onde trabalho atualmente, senti que eu tinha um compromisso com as estagiárias, pois o mercado é implacável quando se trata de eliminar quem não está devidamente preparado. Dessa forma, gostaria de compartilhar com os profissionais que supervisionam estagiários, assim como eu, algumas opções de atividades direcionadas (que eu estou colocando em prática) que vão fazer grande diferença na vida e na experiência dos jovens estudantes e na vida e na carreira dos supervisores também:

1. Reuniões periódicas: na empresa onde trabalho minha colega de trabalho e eu dividimos as atribuições dos estagiários, que ficaram sob minha supervisão, e dos jovens aprendizes, que ficaram sob supervisão dela. Quando fizemos a primeira mudança nos reunimos com eles, explicamos o que mudamos, o motivo e expusemos nossas expectativas em relação aos resultados esperados. O feedback foi interessante e decidimos realizar as reuniões periodicamente.

2. Treinamentos curtos: outra inovação foi o agendamento de treinamentos periódicos com temas específicos da área de Secretariado Executivo, a fim de contribuir para a formação acadêmica das estagiárias e motivá-las no trabalho realizado na unidade da empresa onde trabalho. É uma forma de apresentar um cenário de mercado de trabalho realista e mostrar que é possível ter um tempo proveitoso de trabalho e aprender mais sobre o que está sendo praticado atualmente.

3. Projeto Leitura: este é meu xodó. Esta ideia eu copiei do meu segundo chefe, Ângelo Ávila. Quando trabalhei com ele, toda semana recebíamos um texto, geralmente um artigo de revista com temas voltados a comportamento profissional. O texto vinha com um bilhete assinado por ele e me marcou muito, pois vejo o quanto é importante termos esse tipo de estímulo no local de trabalho, ajuda a relaxar, a ver o trabalho de outra forma e motiva a sermos profissionais melhores. Implementei o projeto leitura com os estagiários com discussão sobre os textos toda semana.

Essas são iniciativas muito simples, mas que impactam grandemente a vida de quem é beneficiado por esse tipo de atividade. Estagiários, busquem empresas que realmente monitorem e acompanhem o trabalho e seu desenvolvimento profissional. Supervisores de estagiários, sejam criativos, inovadores e façam a diferença na vida de seus futuros colegas de profissão!

Gostou? Então, compartilhe essa ideia!

Marcela Brito sou eu: secretária executiva trilíngue, esposa, mãe, consultora de carreira, empreendedora, escritora, blogueira, professora, eterna aprendiz e uma mente que não para de pensar em construir um bom legado para nós e os que vierem depois de nós.

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