Como está seu nível de diálogo?
Caros leitores,
Passamos uma semana de bastante movimento, desde o dia 13 de junho, quando eclodiu a primeira manifestação no Brasil, inicialmente, por redução no valor da passagem de transporte público na cidade de São Paulo. De lá para cá, temos assistido uma continuidade na luta de milhares de brasileiros por respeito a um de seus direitos primordiais assegurados pela nossa Constituição: o direito de ir e vir.
Uma conquista alcançada com o não aumento nas passagens e as manifestações permaneceram e ecoaram ainda mais forte Brasil afora. Com elas, infelizmente, marcas de vândalos oportunistas destruindo patrimônios públicos e privados e perturbando a ordem pública e a paz daqueles que apenas queriam ser ouvidos pelas autoridades competentes.
Esses acontecimentos levantam questões importantes que podem ser totalmente aplicadas em nosso dia-a-dia e, de modo particular, à vivência profissional de cada um. Por exemplo: quantos diálogos deixaram de ser realizados de modo igual, justo e no momento oportuno para que se chegasse a esse tipo de reação? Quantas pessoas, em organizações de todos os setores da economia brasileira, atualmente sentem como se fossem explodir a qualquer momento? Quantas pessoas têm limitações emocionais que as impedem de se aproximar e pedir um momento da atenção de seus líderes e gestores? E quantos gestores agem segundo a teoria maquiavélica, a fim de intimidar subordinados e manter o controle?
São questões relevantes e que podem fazer grande diferença na sua vida, como profissional e no futuro da empresa onde você trabalha. Maquiavel disse, em sua obra “O Príncipe”, que era melhor o príncipe ser temido do que amado, pois, segundo ele, era bem mais provável que uma revolta se desse contra um nobre carismático (já que se saberia o que esperar dele) do que contra um nobre temido, cujas represálias poderiam ser surpreendentes e irreversíveis.
Como você analisa o seu nível de diálogo com seu gestor? Se hoje você estiver incomodado com alguma situação, insatisfeito com condições de trabalho ou, ainda, inconformado com determinadas ações que você sabe que poderiam ser realizadas de outra maneira, qual seria sua postura? O diálogo deve ser sempre a primeira opção. Em um ambiente corporativo há de ser diplomático, buscar negociar, esperar mudar a conjuntura, conversar de novo.
Quando, depois de várias tentativas, você não obtiver nenhuma resposta (entendam bem, resposta), seja ela qual for, então seria interessante buscar resolver de maneira mais objetiva, se reportando ao superior de seu gestor, e tentar entender o que acontece com a falta de feedback. Diálogo só existe quando dois se comunicam. E isso também serve para o colaborador.
Se o gestor busca reunir a equipe, direcionar ações, delegar tarefas e o empregado se mantém apático e sem reação, a empresa deve buscar entender o porquê. Caso não consiga nenhum resultado, é o momento, então, de partir para uma realocação ou reaproveitamento desse colaborador em outra área que possa ser mais adequada a seu perfil. Porém, se ainda assim o problema permanecer, então sanções mais sérias deverão ser tomadas.
Dialogar é o caminho mais fácil, menos doloroso e mais objetivo porque evita desgastes e interpretações pessoais de situações que podem ser resolvidas em conjunto, além de esgotar todas as possibilidades pacíficas de se resolver um problema. Experimente.
Ótimo início de semana para todos!
Por Marcela Conceição Brito