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Encantando pessoas

Queridos leitores,

esta semana tenho pensado muito em liderança. Embora seja um assunto amplamente debatido no ambiente corporativo, existe uma característica que é inerente a um profissional com espírito de liderança e que marca a diferença entre gestor e líder. Eu vejo um líder como alguém que, sem muito esforço discursivo, atrai pessoas para o trabalho e as faz entender a importância de alcançar metas na organização.

Nas experiências profissionais que tive, em diferentes organizações, eu sempre ouvi frases que remetiam ao respeito por um chefe de área como, por exemplo, “faço questão de alcançar as metas por causa do gestor X” ou então “se não fosse pelo chefe Y, eu já teria desistido deste trabalho”. Não quero dizer que devemos nos engajar em uma atividade somente se o nosso chefe for uma pessoa boa, positiva e motivadora. Muito pelo contrário, um ambiente adverso pode servir para despertar em nós características de batalha que revelam um verdadeiro líder.

O crescimento nem sempre ocorre por oportunidade de um clima organizacional majoritariamente favorável. As dificuldades, na maioria das vezes, ensinam mais e fortalecem o perfil profissional. Eu gosto sempre de dizer que meu primeiro estágio foi o meu primeiro emprego, pois eu estava na passagem do segundo para o terceiro ano de faculdade e ainda não tinha estagiado até receber a convocação de um concurso público para o qual havia sido aprovada para assumir o cargo. De lá para cá, aprendi muito. Eu lembro, inclusive, de por pura imaturidade, levar problemas do trabalho para o meu relacionamento com alguns colegas de faculdade, até ouvir de uma colega que elas entendiam porque eu era ainda muito ‘imatura’.

Depois de dar cabeçadas e, aos poucos, prejudicar a minha imagem, fui entendendo o ambiente corporativo e passei a olhar mais para a minha carreira, sem me preocupar com as dificuldades (específicas de relacionamento com chefe) que eu vivia no meu primeiro emprego. De vítima, passei a ser protagonista da minha vida profissional e decidi que dependia apenas de mim mudar a realidade. Foi quando, sem medo, participei de um processo seletivo para uma vaga numa multinacional do setor bancário e pedi demissão (feliz da vida!) do meu primeiro emprego público.

Não me arrependo dessa atitude e, desde então, tenho convivido com verdadeiros líderes como chefes e tenho aprendido um pouco com cada um deles. E, sem dúvida, hoje eu vejo que um líder de verdade é um autêntico encantador de pessoas. Atrair as pessoas pelo comportamento coerente com o discurso faz as pessoas acreditarem em mudanças e em seus próprios talentos. Quem nunca se sentiu inspirado por um chefe com essa qualidade. Eu já me senti e o convívio com gestores assim tem me tornado alguém bem melhor, tanto na vida profissional quanto na pessoal.

Que tal encantar quem trabalha ao seu lado hoje? Exercite a liderança pelo amor e os resultados não demorarão a surgir.

Por Marcela Conceição Brito

 

Comentários (2)

  1. Ler “Encantando Pessoas” me fez refletir sobre meu desenvolvimento no trabalho. Meu primeiro emprego esta sendo no setor público e foi continuidade de um bom trabalho no estágio.Me identifiquei muito. Agora, depois de ler esse texto ótimo, eu reavaliei a possibilidae de uma experiência no setor privado.

  2. Querida Lana,

    quando ingressamos em uma organização por meio de concurso público, surge uma pressão pessoal, familiar e, até, social, para que você fique eternamente no mesmo lugar, pelos velhos motivos de “estabilidade” e “segurança”.

    Isso poderia ser uma realidade na década de 70, quando as oportunidades eram mais escassas, inclusive de qualificação, mas hoje podemos arriscar mais, ter experiências no setor privado sem medo e se depois surgir outra oportunidade de carreira pública, que possamos abraçá-la por vontade e motivação e não por uma falsa impressão de estabilidade.

    Quando somos jovens, entendemos o quanto podemos empreender e inovar e isso também independe de você estar ou não em um emprego público.

    Abraços,

    Marcela Conceição Brito

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Marcela Brito - 2009-2021